18.8.05

Perfume

Ontem eu peguei o metrô em uma estação de Copacabana.

Bom, antes de continuar o post eu gostaria de dizer que se eu gritar "Filho da Puta!" em tom de quem deseja vender um picolé, um terço dos transeuntes virão a mim querendo realmente um picolé de frutas(esses são os turistas), outro terço não vai nem me dar atenção, pois seus aparelhos auditivos se encontram desligados(esses são os moradores idosos de Copacabana) e mais dois terços desse total vai olhar de lado para mim, mas passarão direto, às vezes até rindo(esses são os trabalhadores que moram em outros bairros/estados).

Prosseguindo, no metrô há muitos turistas. Eles normalmente trajam sandálias Havaianas e camisa da seleção brasileira de futebol. Estão sempre sujos de areia.

Ontem eu estava de pé, esperando o metrô lotar de tal forma que ninguém mais respirasse, quando eu começo a sentir um cheiro interessante. Parecia uma fragrância das mais finas misturada com a maresia da praia. Era algo divino. Tentei verificar de onde vinha. Farejei. Encontrei a fonte. Um loiro alto e robusto, de cabelos lisos e sinceros. Parecia um alemão ou um japonês, não sei precisar os detalhes. Mas aquele sim, era um sujeito que sabia se fazer ser cheirado.

Quando a estação Presidente Vargas chegou ele estava pronto para ir embora. Não pensei duas vezes, peguei meu lenço de seda, entreguei para ele e dei uma piscada insinuante. Pensei em perguntar o resultado do jogo do Brasil, mas isso soaria meio boiola.

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