18.5.05

Vida e morte (volume 1)

(Uma fraca ponta de luz solar é interrompida por uma sombra)

Opa, quem me acorda? Ah sim, tudo bem, senhor Dedo? Minha mamãe me falou sobre você. Ela passou toda a minha infância falando do senhor. Disse que o senhor freqüentemente vem aqui para selecionar a gente, quando a sociedade já está saturada. Eu entendo o processo, e aceito sair dos braços quentes e confortáveis da minha mãe e enfrentar o mundo de verdade, senhor Dedo. Por duas horas estudei filosofia, tentando achar um significado pra minha existência, sem sucesso. Acho que não deve existir tal razão, já que nas... Opa, o senhor está me machucando! Não fique fazendo esse movimento com a unha, por favor! Se é pro bem da minha nação diga que Vou! Vou pra um lugar onde nenhum de nós jamais esteve. Um lugar cheio de vida e alegria, onde tudo me será explicado. Será dado um motivo para todo o viver e... AH, o senhor me pegou! Sim, me pegue, mas não deixe minha família ver isso! Ela não agüentaria... Não, espere um segundo! Sei que tenho que me desprender dos meus laços maternais, já que um dia, mais cedo ou mais tarde isso teria de acontecer, mas deixa-me despedir daquilo que chamo de vida. São muitas mudanças, o senhor deve saber como é. Eu só tenho 16 horas de vida, não me largue nesse mundo sem dono! Eu não... AH!

(Senhor dedo médio tira-o de sua casa)

Aqui não é exatamente como eu imaginava. Não é tudo tão claro, tudo é diferente dos meus sonhos! É aqui que voc... Ei! Por que está me torturando, pressionando-me contra o seu polegar?! A vida já me é dura o bastante, não precisas de esforço para arruiná-la mais e mais! Isso não é... O quê?! Eu estou indo na direção daquela parede de pedras! Por que raios está fazendo isso comigo? Finalmente tenho a chance de ir onde nenhum jamais teve a chance de ir e voltar para contar como foi e você...

(E assim morreu a meleca)

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